segunda-feira, 9 de março de 2020

Os primeiros passos para sair da média


O que será que faz algumas pessoas serem tão medianas?

A historia da média começa a contaminar nosso cérebro desde quando entramos na escola. O modelo educacional é todo em torno de uma média. Você lembra que precisava dela, a "média", para ser aprovado na matéria. Lembra que quando ia ruim em alguma disciplina começava a fazer cálculos para saber o quão distante você estava da tão sonhada e necessária "média". Ela era suficiente.

No geral, nosso sistema educacional não estimula muito as pessoas e elas acabam se conformando em estarem na média. São aprovadas quando estão na média, quando vão pro vestibular, precisam de uma média, e depois, para se formarem, também precisam de uma média. E logo depois, quando saem da universidade quase sempre não conseguem realizar seus objetivos pessoais e/ou profissionais somente estando na média. Do lado de fora, diante da realidade dura, se percebe que para se destacarem, precisam sair da média, precisam ir além.

"Parece simples, mas estamos falando de um dilema muito grande".

Muito do que é admirável e transformador no mundo que conhecemos foi feito por pessoas acima da média. Nosso Smartphone foi feito por uma empresa extraordinária, a revolução da tecnologia e os meios de comunicação estão sendo desenvolvidos por empresas e pessoas extraordinários, tantas e tantas figuras de liderança que foram importantes e marcaram a historia, que não só reconheceram a necessidade, mas também decidiram dar os primeiros passos indo além do esperado, agindo de forma surpreendente e dando resultados impactantes. 

Estar fora da média é um grande barato. Mas, para isso, temos que ter atitudes fora da média. Parece obvio, concordam comigo? Entretanto, como teremos atitudes fora da média se fomos treinados a termos atitudes dentro da média? A contradição existe e só conseguimos nos livrar disso quando escolhemos sair da "manada", Quando conseguimos nos "desgarrar do rebanho" que aparentemente é o lugar mais confortável, onde as pessoas se sentem mais protegidas.

Sair desse lugar as vezes dá trabalho, quem sente prazer em sair de sua zona de conforto? sair daí exige um pouco de inconformidade e também de coragem. Além da superação pessoal, é preciso entender que nesse processo há também um risco. Quando se toma a iniciativa de sair da média, o mundo tende a nos criticar, chamar de maluco, nem sempre haverá apoio dos familiares e amigos. Fora da média, temos a chance de "bombar" mas também, temos a chance de "se ferrar" e tanto essa exposição, quanto esse risco não costumam ser bem administrado pelas pessoas.

Você deve estar se perguntando: "caso eu não queira assumir o risco de mudar, não quero sair da minha zona de conforto, a média já é suficiente para mim, tem algum problema nisso?". É claro que não! Não tem nenhum problema. De repente a pessoa tem que decidir, se ela não quer se sentir desconfortável, as vezes de fato ela prefere não pagar o preço de tudo isso e o ideal é permanecer em sua zona de conforto mesmo. Não tem nenhum problema em ser uma "pessoa básica" ou um "profissional básico", não há nenhum problema em pagar suas contas, viver dignamente de maneira honesta dentro da média. 

Ninguém deixa de ser digno ou será considerado um profissional ruim porque realiza um trabalho dentro da média. Não tem nenhum problema estar dentro da média. Aliás, não é tão ruim estar dentro da média se você pensar que a grande maioria do mundo vive abaixo da média. Agora, se você quer algo a mais do que a média, de fato deseja ir além, é importante refletir e entender que tipo de padrão de comportamento você tem reproduzido. Suas atitudes são reflexos de alguém que está na média ou fora da média? Ter a percepção disso é o primeiro passo para se situar no processo.

Uma grande parte de nós já teve ou tem contato com pessoas que possuem resultados bem acima da média e que foram ou são admirados por seus familiares, amigos, equipes, superiores e parceiros. Eles são tão cativantes e competentes que costumam marcar positivamente a vida de outras pessoas. Seus trabalhos, projetos, e ações costumam ser relevantes e fazem a diferença onde estiverem inseridos. Eles são tão diferenciados que se tornam referencias em suas áreas.

Como disse, reconhecer meu padrão de comportamento é o primeiro passo na busca de me tornar uma pessoa acima da média. Colocar todo nosso potencial pra fora não é fácil, mas claro que é possível. Sem dúvida vai requerer treino, perseverança, ousadia, disciplina, estratégias e tantas outras ações.. mas o mais legal nisso tudo é se perceber na caminhada e o quanto a gente consegue se superar e evoluir.

É interessante, destacar de forma resumida algumas características que são comuns as pessoas acima da média. A ideia é refletir sobre tais características e buscar se perceber nelas:

  • Visão de futuro, que está atrelada a capacidade de ter um propósito significativo e ainda compartilhá-lo de forma agregadora com todos a sua volta. 
  • A credibilidade, que é a capacidade de pensar, sentir e agir de forma coerente e justa gerando confiança e clareza.
  • O relacionamento mobilizador, que nos leva a se comunicar e se relacionar com todos de forma igual gerando vínculos mobilizadores.
  • E, por ultimo, o autoconhecimento elevado, que nos faz saber exatamente quem somos, nossas qualidades e defeitos, nos deixando sensíveis e humildes em relação a nós mesmos e ao outro. 
"O que já temos em nós e o que ainda precisa ser desenvolvido?"
O reconhecimento de onde me encontro hoje, a tomada de decisão necessária e o desenvolvimento dessas características começam a nos movimentar em prol de uma vida acima da média. É claro que cada um precisa trilhar seu próprio caminho, assumir as responsabilidades da jornada, encarando de frente a sua estrada que é única e possui seus próprios desafios, mas nada disso costuma ser obstaculo suficiente para aqueles que estão obstinados querem dar o primeiro passo em busca de ir além. 

Partiu, ser alguém acima da média!


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Osvaldo Melo é psicólogo de formação com MBA em gestão de pessoas e coaching; vem atuando de forma generalista na área organizacional com gestão, planejamento e controle dos diversos processos e subsistemas de RH. Idealizador do blog RH Acima da Média, atualmente ministra disciplinas na pós graduação em gestão de pessoas da UNIFACOL e realiza palestras no âmbito das relações humanas, liderança e desenvolvimento profissional em escolas, faculdades, institutos, igrejas e empresas.






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